The Midnight Flower

Por Laila Flower

Algumas Pimentas

Não sei se vocês sabem, mas tenho questionado muito TUDO. O bom é que, no questionar, algumas coisas estão se clareando na minha mente. Entretanto, não vou esperar que todo cristão rotestante entenda, afinal, o contexto histórico da religião faz com que mtos não se permitam questionar e não entendam questionamentos. Se alguém quiser comentar seus pontos de vista, eu leio todos e podero também. Ponderem os meus de igual forma!
1 - Cartas = Sagrado??

Não vejo as cartas (seja de Paulo ou qualquer outro apóstolo) como sagradas. Imagine um carta escrita por um pastor à sua igreja ser considerada, muitos anos depois, como orientação para todas as igrejas?
O que considerar? Conselhos sábio, entretanto não podem ser considerados sagrados! Evidência disso são algumas considerações que não utilizamos hoje, como, por exemplo:
a) Mulheres falarem na igreja
1 Coríntios
"Como em todas as congregações dos santos, 34
permaneçam as mulheres em silêncio nas igrejas, pois não lhes é permitido
falar; antes permaneçam em submissão, como diz a Lei. 35 Se quiserem
aprender alguma coisa, que perguntem a seus maridos em casa; pois é
vergonhoso uma mulher falar na igreja."
b) Cobrir a cabeça e o cabelo dos homens
1 Coríntios
"13 Julguem entre vocês mesmos: é apropriado a uma mulher orar a Deus com a cabeça descoberta? 14 A própria natureza das coisas não lhes ensina que é uma desonra para o homem ter cabelo comprido, 15 e que o cabelo comprido é uma glória para a mulher? Pois o cabelo comprido foi lhe dado como manto. 16 Mas se alguém quiser fazer polêmica a esse respeito, nós não temos esse costume, nem as igrejas de Deus."
Esse são 2 exemplos, mas aqueles que têm uma pequena noção e leitura da Bíblia sabe que existem mais desse tipo. O que devemos fazer? Desconsiderar estas partes e utilizar todas as outras? Ou saber como ler e utilizar?
2 - Igreja Como Instituição
Ultimamente tenho conversado com algumas pessoas sobre essa idéia de intitucionalização da igreja. Para mim, é claro, e muito claro, de que o que temos hoje é uma versão reformada da igreja católica. Qualquer um que se habilita a ler o novo testamento verifica, no mínimo, que a igreja:
a) Era simplismente o coletivo de "cristão";
b) Não tinha templo, cada cristão era um templo, como mostra Paulo em 1 Coríntios 3.16: "Vocês não sabem que são santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vocês?".
Logo, não existia uma tensão em relação e grupos, os colocando como rivais, como acontece hoje em dia no nosso sistema de denominações, onde o cara que freqüenta a igreja ao lado da minha é considerado quase um "primo", pq irmãos mesmo são os da minha igreja. Verifica-se também que o alvo principal não é realmente buscar pessoas para Cristo, mas para a igreja, um vez que, se exitem 6 igrejas diferentes em um bairro, dificilmente há uma reunão onde todos esteblecem esta meta, mas o que acaba acontecendo é que cada igreja particularmente faz a sua busca por novos fiéis, desconsiderando inclusive a possibilidade de Deus enviar a pessoa para ser util em outra igreja se não a sua: converteu-se aqui, fica aqui! Não seria essa a evidência de que deve ficar naquela igreja? O que, na minha opinião, é egoísta e superficial.
3 - Tolerância e Intolerância
Não aceito a atual política evangélica onde aquele que questiona, que discorda e/ou que opina diferente acaba sendo "herege", muitas vezes sendo colocado em "disciplina", esquecido "no banco" e desprovido de muitos ministérios da igreja enquanto igrejas que são obviamente sem qualquer orientação de Deus tem a sua existência tolerada.
4 - Líder não é Deus!
Já tive a oportunidade de discutir no fórum do Dotgospel em um tópico chamado "E Eles se Tornaram Ditadores" a posição onde muitos líderes da igreja colocam suas palavras como palavras de Deus. Muitas ordens absurdas geram problemas para cristãos que não estão dispostos a obedecer, frisando que muitas dessas regras em nada tem a ver com a Bíblia!!!
O fato de questionar um líder muitas vezes torna-se, por si só, motivo para uma disciplina. E, como já deixei claro em outros textos aqui do blog, acho isso inaceitável. Questionar não anula a submissão. Afinal, devemos antes de tudo estar seguindo a Deus.
5 - Louvor
Sobre este tema, se dividem alguns quesitonamentos:
a) Como já citado no texto "Santômetro", não entendo porque apenas os "ungidos", "puros", "certinhos" podem estar no grupo de louvor, visto que todos somos igualmente pecadores destituídos da glória de Deus e limpos pelo sacrifício de Cristo;
b) Por que alguns colocam limites no louvor, não podendo ser cantadas músicas que não provenham de artistas que se chamam cristãos e ao seu trabalho;
c) Por que definem que o que está na frente é "exemplo"? Ora, exemplo é Cristo! Lembre do "sejam imitadores de Cristo";
d) Por que, mesmo com toda a "frescura" que é imposta numa igreja para um líder de louvor, mesmo assim são permitidas as "imitações" de famosos líderes de louvor de igualmente famosos ministérios?
Em breve novas pimentas para arderem nos olhos.

Era uma casa muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada

Este texto é muito importante para mim. Ele é de autoria do Tonho, um dos fundadores do Underground do Ministério Portas Abertas. Recentemente o colocquei no Blog do Dotgospel. Este não é apenas o sonho do Tonho, é o meu também...


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Essa noite, eu tive um sonho de sonhador, sonhei com uma igreja esquisita. Ela não tinha muros, piso, púlpito, bancos ou aparelhagem de som. A igreja era só as pessoas. E as pessoas não tinham títulos ou cargos, ninguém era chamado de líder, pois a igreja tinha só um líder, o Messias. Ninguém era chamado de mestre, pois todos eram membros da mesma família e tinham só um Mestre. Tampouco alguém era chamado de pastor, apóstolo, bispo, diácono ou Irmão. Todos eram conhecidos pelos nomes, Maria, Pedro, Afonso, Julia, Ricardo…
Todos os que criam pensavam e sentiam do mesmo modo. Não que não houvesse ênfases diferentes, pois Tiago dizia: “Vocês são salvos por meio da fé. Isso não vem das obras, para que ninguém se glorie”, enquanto Paulo dizia: “A pessoa é aceita por Deus por meio das suas obras e não somente pela fé”. Mas, mesmo assim, havia amor, entendimento e compreensão entre as pessoas e suas muitas ênfases.
Não havia teólogos nem cursos bíblicos, nem era necessário que ninguém ensinasse, pois o Espírito ensinava a todos e cada um compartilhava o que aprendia com o restante. E foi dessa forma que o Agenor, advogado, aprendeu mais sobre amor e perdão com Dinorá, faxineira.
Não havia gente rica em meio a igreja, pois ninguém possuía nada. Todos repartiam uns com os outros as coisas que estavam em seu poder de acordo com os recursos e necessidades de cada um. Assim, César que era empresário, não gastava consigo e com sua família mais do que Coutinho, ajudante de pedreiro. Assim todos viviam, trabalhavam e cresciam, estando constantemente ligados pelo vínculo do amor, que era o maior valor que tinham entre eles.
Quando eu perguntei sobre o horário de culto, Marcelo não soube me responder e disse que o culto não começava nem acabava. Deus era constantemente cultuado nas vidas de cada membro da igreja. Mas ele me disse que a igreja normalmente se reunia esporadicamente, pelo menos uma vez por semana em que a maioria podia estar presente. Normalmente era um churrasco feito no sítio do Horácio e da Paula, mas no sábado em que eu participei, foi uma macarronada com frango na casa da Filomena. As pessoas iam chegando e todos comiam e bebiam o suficiente.
Depois de todos satisfeitos, Paulo, bem desafinado, começou a cantar uma canção. Era um samba que falava de sua alegria de estar vivo e de sua gratidão a Deus. Maurício acompanhou no cavaquinho e todos cantaram juntos. Afonso quis orar agradecendo a Deus e orou. Patrícia e Bela compartilharam suas interpretações sobre um trecho do evangelho que estavam lendo juntas. Depois foi a vez de Sueli puxar uma canção. Era um bolero triste, falando das saudades que sentia do marido que havia falecido há pouco tempo. Todos cantaram e choraram com ela. Dessa vez foi Tiago que orou. Outras canções, orações, hinos e palavras foram ditas e todas para edificação da igreja.
Quando o sol estava se pondo, Filomena trouxe um enorme pão italiano e um tonelzinho com um vinho que a família dela produzia. O ápice da reunião havia chegado, pela primeira vez o silêncio tomou conta do lugar. Todos partiram o pão, encheram os copos de vinho e os olhos de lágrimas. Alguns abraçados, outros encurvados, todos beberam e comeram em memória de Cristo.
Acordei com um padre da Inquisição batendo à minha porta. Junto dele estavam pastores, bispos, policiais, presidentes, ditadores, homens ricos e um mandado de busca. Disseram que houvera uma denúncia e que havia indícios de que eu era parte de um complô anarquista para acabar com a religião. Acusaram-me de freqüentar uma igreja sem líderes, doutrina ou hierarquia; me ameaçaram e falaram: “Ninguém vai nos derrubar!”. Expliquei: “Vocês estão enganados, não fui a lugar nenhum, não encontrei ninguém ou participei de nada… aquela é apenas a igreja dos meus sonhos”.

Fonte: http://www.underground.org.br/artigos/artigo.asp?ID=117

Bajuladores de Deus

Cada vez mais vejo Cd’s, livros, cartazes evangélicos com a expressão “adorador”. Todos querem ser adoradores de Deus, muitas vezes confundindo um pouco as coisas. Para provar o que digo, quero fazer uma pequena demonstração: ao lembrar das últimas coisas que você ouviu a expressão “adorador”, qual a sua característica em comum? Bem, o que me vem à cabeça é “emoção”. Não creio que o que Jesus quis dizer com “aqueles que adorem em espírito e verdade” tivesse relação direta com emoção.
Além disso, o que mais posso ver nesses “adoradores” é a bajulação. As músicas que ouço mais me parecem que buscam agradar a Deus com tantos elogios. Nenhuma delas fala do relacionamento diário que se desenvolve com Deus e que em nada é pacífico, mas conturbado.
O meu principal exemplo de adorador é Davi. Ele realmente buscava a Deus. Evidência disso são as suas inúmeras referências nos textos bíblicos. Entretanto, ao ler os seus salmos, você não vai ver alguém que só fala coisas bonitas para Deus, mas alguém que fala de conflito, dor, angústia e confiança em Deus.
Deus chamou pessoas para ter um relacionamento que, por natureza, é complicado: imaginem, Ele, Deus, que criou todas as coisas, amigo de...uma pessoa! Se relacionamento entre pessoas diferentes já é conflituoso, imagine com esta diferença! Logo, a expressão desta relação não pode ser composta de simples elogios.
Amigos, não caiam na maré evangélica que dia-a-dia tem arrasado corações que buscam a Deus e os tornam corações religiosos. Fujam do “o que é bom” no meio evangélico e busca a Deus independentemente de qualquer “onda”, “idéia”, “visão” ou “movimento”. Movimente-se em direção a Deus...seja adorador em espírito e em verdade.